domingo, 27 de abril de 2014

FALTA A ESTE AZUL QUALQUER COISA PARA SER PRIMAVERA





O tempo amornou, mas falta a este azul qualquer coisa para ser primavera…

Ao dia pardo e húmido de ontem com chuva de molha-tolos, veio hoje o sol derreter a névoa e tingir de fios azúis céu e mar.

Que lindo está tudo por aqui…

Nas rochas que a maré deixou a descoberto espreitam caranguejos a melhor onda para banhar-se entre as estrelas vestidas de algas e limos…

O mar perfuma a beirada com flores de espuma e ensaiam as gaivotas recém -nascidas passos de dança sob o olhar atento das aves mais velhas…

Há uma brisa que parece levar para longe os restos do largo inverno…

O inverno que desgrenhou as areias, partiu o coração às conchas e fez saltar os barcos para terra…

Talvez falte a este azul as andorinhas. Pois se são elas que trazem nas asas a primavera, ainda por aqui não vi passar nenhuma.

Por onde andarão as cores ternura com que pintam o azul as andorinhas?

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