terça-feira, 22 de outubro de 2013

HISTÓRIA DO ARCO-ÍRIS QUE COMEÇOU NO CHÃO





Para falar verdade esta começou por ser a história de um arco- íris que ainda ninguém tinha visto. Talvez eu não me esteja a explicar bem!

Claro que todos já tínhamos visto um arco-íris…

Os meninos sabiam que tem muitas cores e que dura pouco. Dura pouco, é uma maneira de dizer, porque quando se vê o arco-íris uma vez nunca mais se esquece como é colorido e belo.

Mas dizia eu, que quando pela manhã começamos a pensar o arco-íris ainda não o tínhamos visto em nenhuma parte do céu. Começamos a pensa-lo, quando no intervalo da chuva o sol apareceu de repente. Corremos para a janela…

Mas nada de arco-íris!



E assim começa a desenhar-se um arco-íris no chão, que saltou para a parede…

Por várias vezes durante o dia fomos à janela, não fosse o arco-íris aparecer no céu...

E quando já íamos para casa…

O CÉU fez-nos a vontade e colocou o arco-íris no seu lugar!




domingo, 20 de outubro de 2013

O QUINTAL INVENTADO DO AVÔ




Sempre que estava em casa, o Avô morava no quintal.

Talvez o quintal fosse um lugar inventado pelo Avô para viver melhor, pois sempre que o encontrava por lá parecia tão feliz…

Os abraços do Avô cheiravam a terra molhada, misturada com salsa, erva cidreira e hortelã mourisca. Coisas de quem fica por ali a embalar as plantas…

Ela adorava quando o Avô lhe falava dos segredos e silêncios da horta.

Aprendera que as plantas crescem devagar e em silêncio, que no quintal do Avô os melhores morangos eram os tocados de lagartas. Lagartas que também vestiam as couves de rendas e depois se divertiam a trepar às árvores de fruto para se esconderem numa qualquer maçã ou pera…

O Avô ensinara-lhe todos os nomes das plantas e dos frutos da horta e a ler neles as estações.

Mas não sabia que chuva inesperada de memórias, lhe tinha feito lembrar o dia, em que depois de ajudar o Avô a regar a horta, este se sentou no cantinho do costume e tirou do bolso o caderno onde escrevia histórias e canções. Mas ao contrário do que esperava, o Avô não escreveu nada no caderno. Rasgou sim, duas folhas com que fez dois barquinhos.

Dois barquinhos cheios de sonhos, que puseram a navegar no canteiro das alfaces enquanto a terra não engolia a água.

O Avô tinha destas coisas…

Sonhos que navegavam a todo o vapor no canteiro das alfaces!


terça-feira, 15 de outubro de 2013

POEMAS E POETAS QUE EU GOSTO





NA RUA MOLHADA

Na rua molhada,
No vão de uma escada,
Envolto na sombra
Silente da noite,
Um menino dorme
Deitado no azul
Da noite estrelada,
Um menino sonha
Com fadas e luas
E um sol pequenino
Brincando e brilhando
No céu do menino…

Ó águas das nuvens
Descei devagar…
Se o menino acorda
Tem medo da chuva
E fica a chorar…




PARÁBOLA

O peixe dourado
era lindo e livre
nas águas do lago.
Vivia feliz
nas águas do lago.

O peixe dourado
era lindo e livre
e foi cobiçado.
E logo levado
para longe, longe
das águas do lago.

Na hora mais bela
nas águas do lago
de luz enfeitado,
nasceu uma estrela
da forma singela
do peixe dourado!




ESTRELA OU NUVEM

Estrela ou nuvem,
Amor … Quisera
Fugir contigo
Para outra terra…
Desde menino
Que te procuro,
E te encontrando
Logo te perco,
E te perdendo
Vou, só, vivendo
Ora ganhando
Ora perdendo,
Nada pedindo
Nem possuindo.

- Que o meu desejo,
Estrela ou nuvem,
Amor… só era
Fugir contigo
Para outra terra.


                                              RAUL DE CARVALHO