terça-feira, 4 de dezembro de 2012

HISTÓRIAS QUE SÓ ACONTECEM NO MEU JARDIM






Ainda o sol não tinha derretido o orvalho da manhã e no jardim já não se falava de outra coisa. A história de amor entre o pé de maracujá e a oliveira! No canteiro das dálias só se ouviam cochichos;

- Não sei que terá visto nela. Afinal nós somos muito mais belas e elegantes. Diziam invejosas!
 
As margaridas por seu lado, achavam esta uma história de amor linda. É verdade que o jardim já conhecera outras histórias de amor, mas nunca nenhuma outra deixara o jardim tão em polvorosa.

Aliás, este era um jardim onde tudo decorria apesar das pequenas histórias, sem grande história.

As dálias viviam no seu canteiro e não havia memória que alguma vez tivessem ousado apaixonar-se pelos amores-perfeitos. É verdade que as margaridas costumavam sair para jantar com um ou outro mal-me-quer, as rosas amarelas tomavam chá com as rosas brancas, as vermelhas… às vezes lá se passeavam com os cravos.

Ouvia-se até dizer, que um dia uma bela rosa encarnada se apaixonara perdidamente por um antúrio, mas as famílias descobriram e proibiram que fossem felizes. E no jardim toda a gente, quer dizer, todas as flores, árvores e plantas acharam normal!

E esta que podia ter sido uma grande história de amor, não passou afinal de uma história vulgar, uma história em que uma rosa e um antúrio decidiram ser infelizes para sempre!

Podiam ter sido felizes enquanto durasse, mas não tiveram a coragem do pé de maracujá e da oliveira, que apesar das más-línguas de todo o jardim ou quase todo, resolveram perder-se de amores e viver juntinhos pelo menos até ao fim do inverno.




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