sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Pedaços de mim nos olhos dos meninos


- Professora estás tão crescida!

Foi com estas deliciosas palavras que fui recebida pelos meus pequenos amigos no dia do nosso reencontro depois das férias! Adoro a elegância com que dizem que estou mais velha! Crescidos estão eles e o meu olhar enche-se de ternura ao lembrar tudo o que já partilhamos… e o tanto que temos para inventar!

Todos queriam mostrar-me o quanto haviam “ficado grandes”. O Gonçalo e o Pedro empenhavam-se em mostrar-me que já sabiam marcar golos sem fim a Bruna já conseguia apertar botões e abrir o iogurte sem o entornar e o Afonso calçava os sapatos sem se enganar nos pés…

O único que parecia pouco animado com o regresso era o Rafael que apesar do abraço apertado com que me recebeu foi logo avisando que no dia seguinte ficaria doente! Sinal também de crescimento!

Os poucos meninos novos iam explorando a sala e os materiais pela mão dos “veteranos”, alguns juntaram-se para me desenhar…

E eis aqui o resultado do eu do lado de dentro dos olhos dos meninos, eles que tão bem sabem” procurar o interior e o avesso da aparência”!




3 comentários:

Anónimo disse...

Os olhos dos meninos não enganam. Frescos e puros como primeiro orvalho da manhã. Eles vêem a Educadora, a sua Educadora como paisagem primeira.
Vê-se o deles e o seu olhar neles reflectido. Em todo o se blogue, cara colega, um feeling de que ama a sua profissão com paixão.Que rasto deixará nesses meninos? Que em si, eles deixam rios de alegria, nota-se!
Não a invejo, cara colega. Vir aqui é sentir-me irmão de profissão.

Anónimo disse...

Ah! Numa a Educadora parece camoneana, noutra lua cheia, mas a que eu gosto mais é a Educadora bailarina duncan, toda fininha em bicos de pés. Quase leve e etérea.
Que linguagem fantástica o desenho de infância. Está lá o que é tão difícil recuperar em nós crescidos-grandes carunchosos. Picass consegiu, Matisse idem, Chagal igualmente e poucos mais.

Teresa disse...

De facto os olhos dos meninos não se enganam nem enganam!

E é verdade eu também não me enganei na profissão! Gosto mesmo do que faço! Se há lugar onde tenho a certeza que sou feliz é na sala de aula!

O que os meninos deixam em mim pelos vistos nota-se muito!

Quanto ao que eu deixarei neles não tenho mais que “incertezas absolutas”!

Quero que gostem de viver, que sejam bons, gentis, inteligentes, críticos, justos, solidários atentos às pequenas coisas...

“Que façam dos seus dias todos, dias de nascer”!

Obrigada pelas suas palavras!

Quanto aos retratos meus. Tenho também os meus mais preferidos mas em todos eles consigo encontrar pedacinhos de mim!

E permita-me só referir mais dois pintores dos que conseguiram a linguagem fantástica do traço forte e da cor, só porque também são meus mais preferidos, Klee e Miró!